VIDAS COMO RESPOSTAS DE AMOR - Hermann Gmeiner

Vidas de Hermann Gmeiner (HG) e de Harold Thomas (HT) não são tão distantes. Ambos são brilhos de cuidado e de devoção às pessoas do caminho em suas existências curtas. As vítimas deste mundo ferido não ficaram indiferentes a nenhum deles. O choro dos pequenos abandonados e as lágrimas dos idosos tocaram o coração de cada um, dentro da conjuntura de seus tempos. Suas obras geraram seguimento e se estruturaram para ultrapassar a finitude do tempo. Em Manaus e no mundo, avoluma-se a solidariedade em favor daqueles que sofrem a ausência ou a vulnerabilidade em suas famílias. Sem análises sociológicas, damo-nos conta de que prejuízos acontecem no começo da vida e no seu fim, quando a família está ausente nessas etapas e o cuidado indispensável falha. No dia 26 de abril, celebramos o 37 aniversário da morte física de Hermann Gmeiner e da consolidação de seu mandato: "A melhor forma de adivinhar o futuro, é criá-lo quando estamos vivos". Assim pensou e viveu o fundador das Aldeias Infantis SOS.

O mesmo enunciado se aplica ao protagonista da Fundação Dr. Harold Thomas, em Manaus. Suas obras prosseguem após a morte, graças as sementes de bondade que Deus plantou no coração, sem perguntar se sim ou se não quer, quando for nossa vez. De 1931, quando da morte de Harold Thomas, já se completam 90 anos. Está como nunca viva e ostensiva sua obra de assistência à terceira idade. Majestosa por estar aberta a todos numa inclusão sem classe. Entretanto, na parte de morada permanente, abrigam-se, na sua maioria, idosos advindos da iníqua desigualdade social que não possibilita o bem estar social básico, seja por pobreza extrema ou por falta de estruturas de cuidado no envelhecimento com saúde. E ainda nesse campo fértil do grande parque, uma Escola Fundamental do Município também se insere em busca de qualidade para tornar-se de Educação Integral, como aconteceu na Aldeia SOS.

Hermann Gmeiner com seu movimento amoroso, aportou em Manaus desde1995. Deste ano para cá, soma-se mais de um quarto de século, que as Aldeias Infantis SOS, como Organização da Sociedade Civil, contribui na efetivação do direito de convivência familiar. Tanto crianças e idosos, tornam-se urgentes quando nos espaço de origem biológica, não podem permanecer amorosamente em condições materiais indispensáveis de bem-estar. A equidistância de HG e de HT, ontem e hoje, denuncia a miséria que machuca, separa filhos dos pais, afasta os velhinhos das famílias e aprofunda-se sem ter respostas mais consistentes na construção de uma sociedade solidária. Todos são convocados a viver ocupados e criativos para sarar as feridas dos padecentes de nossa cidade. Nossos heróis da compaixão fizeram sua parte e cabe a nós, ainda vivos, fazer o que só nós podemos operar de maravilhoso e eterno com compaixão. A resposta agora é nossa ao grito que não podemos sufocar dentro do coração da vida. "O bem que eu não faço, ninguém pode fazer isso por mim“ (Hermann Gmeiner).