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POLICIAL IDOSO É ESQUECIDO NO 77⁰ ANO DOS DIREITOS HUMANOS ?

  • Foto do escritor: peixotonelson
    peixotonelson
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

Atualizado: há 11 minutos

"Quase invisível e sozinho"  Foto de Gisele B. Alfaia
"Quase invisível e sozinho" Foto de Gisele B. Alfaia

A imagem do poderoso e corajoso policial das prisões espetaculares, acompanhadas pelas mídias do Brasil afora, desfez-se diante de mim, como figura vigorosa, quando o Batuel passou a me contar sua história. Até desconfiei que estivesse blefando para me impressionar ou delirando.


Embora, sem entrar em muitos detalhes de sua vida de policial, percebi que tinha coerência em tudo que ia dizendo: as prisões que efetuava, e até uma morte, que aconteceu, certa vez, quando os companheiros atiraram juntos num mesmo homem, que tentou reagir. Declarou que não sofreu tanto com este fato, porque sabia que estava ali para defender as pessoas e não tanto o patrimônio material.


Segundo conta, sempre foi amigo de policiais sérios que valorizavam seu trabalho, chegando a comprar uma casa grande de um colega policial que viajou para outro Estado. Batuel viveu ali até ficar viúvo, mas não teve filhos. Em compensação, teve uma grande quantidade de amigos, muitos primos e bons vizinhos. Certamente, imaginei ter sido um policial que não metia medo nas crianças, respeitava os idosos e os direitos humanos, por uma questão de princípios e de uma humanidade aprendida em sua família do nordeste.


Agora, vem uma parte da sua história que me deixou perplexo. Sofrera um AVC, que o deixou tão mal, que não teve como procurar os seus direitos, sentindo-se abandonado, até porque os companheiros, nunca mais o encontraram (*). Como disse, humildemente, "não tive como comunicar e me aposentar, restando-me somente a casa própria para me manter .


"Fuga sem rastro"  Foto de Gisele B. Alfaia
"Fuga sem rastro" Foto de Gisele B. Alfaia

Esse drama se configurou para mim como abandono do trabalho e omissão dos colegas de farda. Devido à doença não notificada no emprego, experimentou uma vizinhança que prestava-lhe ajuda no auge de sua paralisia. Sua gratidão foi tão alta que, inclusive cedeu sua grande casa para os primos morarem e nunca mais teve noticias.


Um anjo da vizinhança, sabendo de sua dificuldade de viver só, apressou-se em buscar socorro em uma casa de repouso, onde eu o encontrei na cadeira de rodas, mas ainda muito lúcido e já com movimentos nos braços, depois de muita fisioterapia.


Perguntei, entre tantas coisas, por acesa e intrigante curiosidade, acerca dos sentimentos, tanto na hora da busca e apreensão policial, quanto na hora de um tiroteio com morte consequente. Contou-me que nunca foi movido pelo ódio, nem por vingança, mas pelo princípio da proteção da vida dos outros e da própria, assim como pela fidelidade no cuidado da vida dos companheiros. Quando nos embates, exigia de si uma atenção redobrada, para perceber as reações dos malfeitores.


Diante da única morte que ocorreu com sua participação, em reação conjunta dos companheiros, respondeu-me que não guardou remorso, apenas lamentou a urgência para salvar a si e aos companheiros que provocaram aquela reação com muitos tiros de todos os companheiros, ao mesmo tempo.


Foto de Gisele B. Alfaia
Foto de Gisele B. Alfaia

"A legislação brasileira não estabelece um número máximo de tiros que um policial pode dar em legítima defesa. O que a lei exige é que a resposta seja proporcional, moderada e necessária".

"O policial e qualquer outra pessoa, possui o direito a se defender de forma legítima, valendo-se dos meios moderadamente necessários, para repelir uma injusta agressão contra si ou outro terceiro."

"Age em legítima defesa, jamais em estrito cumprimento do dever legal de matar". (@ygor_asampaio).


A experiencia da vida deste nosso não aposentado policial, também me faz perplexo, quando vejo, sem subterfúgio ou negacionismo, que os humanos contradizem em sua humanidade, cometendo crimes orquestrados pela pulsão de possuir por ganância, ao ponto de promover a perversão da vida e a destruição da natureza. Tanto assim é que se fazem necessários aparatos de segurança, quer sejam, aprisionando dentro da lei e contendo a violência, inclusive do crime organizado.


As democracias modernas e plausíveis que aderiram a Declaração dos Direitos Humanos, em avanço civilizatório, não as desrespeitam, mas guardam uma nódoa trágica ao constatar as barbáries no percurso da história do mundo, algo também registrado na História Bíblica. Desde os genocídios dos povos antigos, os crimes de guerras e espólios, torturas para aterrorizar e criar condições para a implantação de regimes totalitários, tais como o stalinismo, o nazismo e o fascismo, entre tantos outros. Inclusive, muitos em nome das religiões e dos impérios de ontem e de hoje.


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Que o amigo idoso, esquecido e abandonado, alcance seus direitos trabalhistas! Desejamos que encontre algum advogado para conhecer sua historia e lutar por ele, para garantir seus Direitos Humanos.


Que a presente publicação seja nosso gesto de memória celebrativa, por ocasião do 77⁰ aniversário da proclamação dos Direitos Humanos, do último dia 10 de dezembro de 2025.


Nota de esclarecimento: não pude constatar se de fato fora mesmo abandonado pela Polícia ou outro evento, o qual não foi conhecido e nem pesquisado por mim.


Nelson Peixoto, 10 de dezembro de 2025.

 
 
 

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