UMA CHAMA APAGADA QUE VOLTOU A BRILHAR.
- peixotonelson
- 6 de fev. de 2022
- 2 min de leitura


Desertou da família, saiu de casa, abandonou os seus mais queridos, jogando no chão o sonho daqueles que o tinham criado com muito e exigente amor. Neto e filho querido, ajudante de missas, um coroinha da comunidade de Maria de Jesus. Esse jovem foi centelha de luz que vi crepitando nas ruas quase a apagar-se.
Escrevi sobre ele quando o encontrei.
"Ao voltar e sem esperar, encostado a um poste, com outros jovens na entrada de uma pequena rua sem saída, olhei um jovem e identifiquei-o como o Luiz.
Dirigi-lhe a palavra e nos lembramos da nossa conversa inicial da proposição de participar do projeto Juventude Digital das Aldeias Infantis. Naquele momento primeiro, nada sabia do abandono do lar e de sua ida para morar com amigos."
Passei a fazer a busca de seus parentes e fui me surpreendendo com as descobertas tristes e alegres.
Tomei conhecimento dos abandonos já descritos acima e da fase de usuário de droga e a ariscada vida de penúria que levava junto de outros jovens.
Descobri que seus avós que o criaram como filho me conheciam, quando eu e meus irmãos levávamos o almoço de uma doce velhinha na Vila São Vicente, no bairro de Aparecida dos anos 60.
A partir do conhecimento da reviravolta na vida do Luiz, unimo-nos para rezar por ele. Nem notícia, sem acreditar que não voltaria para casa e o ano correndo. Recusou-me voltar quando abordei objetivamente para que voltasse para casa.
Recusas e mais recusas, desvios de calçada quando seus pais apareciam nas caminhadas do bairro.
O tempo passava, até que, com a graça de Deus, Luiz começou a dar sinais de reaproximação dos familiares e a expressar o desejo de ir para a Fazenda da Esperança.
Toda uma preparação rezada e dialogada com ele foi precisa, conforme as exigências da comunidade terapêutica. Com o tempo de tratamento, o rosto do Luiz foi ganhando a luminosidade da sobriedade. Víamos essa diferença através das fotos que seus pais/avós tinham me enviado, quando das visitas que faziam ao ritmo salutar da recuperação.
Ficamos certos de que, desde os piores momentos das crises e das recusas de voltar para casa, dos riscos assumidos ao procurá-lo no meio dos seus pares mais dependentes, mantivemos a esperança de voltar a ver o brilho daquele jovem, criado com tanto amor e dedicação por aqueles que nem eram os seus pais. Foi difícil para o Luiz vencer o relacionamento com a mãe biológica. Uma situação desafiante para compreender.
Da parte dos "avós", quando falavam comigo, ficava imaginando a dor na alma que sentiam, sem acusá-lo de ingrato, mas sentindo um pouco de culpa por tê-lo mandado a morar com a mãe, uma vez que os idosos e doentes da casa eram exigentes demais para segurar os problemas da revolta que Luiz começara a apresentar antes de abandonar a casa e ir morar com estranhos, em situação de drogas nos caminhos sujos e escondidos da estrada poeirenta.
Diante da pergunta: por que ele fizera isto, teríamos muitas respostas, mas a fé em Jesus faria brotar uma resposta assim. Para manifestar a Glória da Misericórdia de Deus na Fazenda da Esperança e de quantos que por lá recebem a graça da Redenção, "pois esse filho estava perdido e foi encontrado". Assim o identificamos em Lucas 15.












Que regozijo por este filho ter revivido e se encontrado, resultado de orações e clamores de seus avós/pais que não desistiram de lutar por essa criatura, ajudados também por pessoas do bem na missão de resgatar almas para o reino do Altíssimo. Glória a Deus por esta vitória!