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TROFÉU DE PALMAS NO NATAL 2022. SONHO DE ÁGUAS E LUZES EM 2023.

  • Foto do escritor: peixotonelson
    peixotonelson
  • 31 de dez. de 2022
  • 3 min de leitura

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O presente título traz a percepção de dois amigos do álcool que transitam na Rio Mar (rua), balançando como feixe de palmas verdes e amarelas. São levadas pelo hábito até a praça. Lá descansam e dormem com a canção das folhas dançantes de uma mangueira.


Um deles falou assim: "A luz do sol bate na gente, como chicote suave, quando o vento sopra. Chegam os raios e vem a sombra".


São assim nos dias de luz. Outros dias são de sol e de chuva, como no último dia de Natal.


Eu estava com eles, brincando, mas sem deixar de perguntar o que é o Natal?


O outro voltou ao tema da luz. "Raios de sol que, aonde chegam desaparece a escuridão." Lembrei-me de Isaías:


"O povo que andava na escuridão viu uma forte luz; a luz brilhou sobre os que viviam nas trevas" (Is, 9,2).


Pensei questionando-me se viver consolado pelo álcool seria viver nas trevas. Esses amigos que dormem na praça vivem na escuridão?


Qual escolha teriam? Voltar para a família onde se sente rejeitado? Voltar para a vida pobre, como indígena destribalizado que, na cidade, encontrou trabalho pesado e nunca estudou?


Voltou Isaías 9,3-4, cuja leitura fiz, na noite de Natal, dando ênfase ao que lia. Confesso que estava dentro de mim certo grau de indignação, lembrando os crimes que, no meu caso, tinham referência aos regimes militares da América Latina e a submissão dos pobres da Terra.


"Pois o jugo que oprimia o povo, a canga que pesava sobre os ombros... Tu o abatestes...Botas de tropas de assalto, trajes manchados de sangue ,tudo será queimado e devorado pelas chamas".


Esta esperança, em cada Natal reaparece "porque nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado,..." Ele se chama Deus forte", na proteção dos pobres, como Pai fiel dos tempos futuros.

Meus dois amigos, abraçados, sonhavam com o Ano Novo, como um sendo o troféu do outro..


O indígena, sem tribo, ainda balbuciou a palavra "lei de Deus... dos 10 mandamentos". Fui dizendo que, com o Natal ficou mais simples, basta começar a ouvir Jesus, que fala de amor e de justiça, porque o resto virá com certeza. E aí silenciei.


Almoçaram o que eu levara . Uma chuva nos separou por um tempinho.

Eles, debaixo da marquise, reclinaram a cabeça nos papelões e sonharam.

No fim do dia, passei por lá e me contaram o que a minha imaginação entendeu e vou relatar, em forma de parábola .

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Um falou. Sonhei que uma chuva torrencial estava caindo pela calha, parecia até uma silhueta de mulher, que deitava no chão entre nós e nos abraçava.


Continuou o outro. Como que acordados, fomos visitados por duas crianças que desciam da mangueira. A mulher disse que eram seus filhos pequenos, mas que eles eram os seus filhos grandes que precisavam de atenção.


As crianças, em vez de acordar os dois grandes velhos e amigos, entoaram uma canção de ninar para que continuassem a dormir e sonhar mais.


O sol radiante apareceu e sorriu. Os raios luminosos viraram braços fortes que os ergueram do chão como crianças para o colo.


Fim do sonho.


Ainda quis conversar sobre o sonho que tinham acabado de me contar, mas escolheram fazer silêncio e olhar para mim, dizendo apenas: "se você tivesse ficado com a gente, saberia o que sentimos. No próximo Natal fica com a gente e convida teus amigos".


Em 2023, nosso sonho vai virar realidade?



 
 
 

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