SONHOS COM MARIA - ALEGRA-TE, MEU FILHO! VAMOS CAMINHAR!
- peixotonelson
- 11 de jun. de 2022
- 3 min de leitura

Fim de tarde. Acabara de entregar uma sandália para meu amigo continuar seu caminho de morador de rua. Calçou, ouvindo as palavras que saíam de mim. "Caminhe nos passos de Jesus, siga com a Mãe dele que sempre te cuidou. Ela não vai deixar de te amar, assim como és".
A partir desse momento, começou a me contar um momento difícil de sua vida. Fora jogado fora do emprego sem receber nada, depois de 9 anos. Buscou seus direitos e venceu recebendo um bom dinheiro. Mas seu coração estava magoado, deprimido por ter resolvido acabar o amor da mulher com quem pretendia casar. Esta queria que ele comprasse uma casa, perto da mãe dela, o que não admitia, por mais que tivesse o dinheiro da causa trabalhista que ganhara. O seu coração padecia porque balançava entre a realidade e a falta de certeza se a noiva o amava, ou se só queria se aproveitar do dinheiro que recebera. A certeza era que ele a amava intensamente e sofria por isso, ao ponto de entrar num estado depressivo, depois de terminar.
Meu amigo contava esta sua história, lacrimejando e me contando sobre seu amor pela Mãe de Jesus, em termos bem afetivos, passando a me contar seus sonhos com a "Santa Maria, minha mãezinha", como repetia.

Numa noite, adormecera com o coração triste, sem saber se livrar de sua paixão paralisante e sem saber como seguir adiante. Rezou para Santa Maria, pedia socorro e adormeceu em lágrimas.
Contou-me seu sonho.
Maria aparecia com uma luz que secava suas lágrimas, falava-lhe carinhosamente e dizia que esqueceria seu amor perdido e encontraria novos caminhos para prosseguir sua vida.
Acordou e durante mais duas noites sonhou com a Santa Maria e foi ajustando sua nova vida.
Com o dinheiro da causa trabalhista, comprou roupa para sua mãe e sua irmã caçula, que tanto amava, contando-me o milagre que acontecera com sua sobrinha que nascera prematura, do tamanho da sandália que lhe presenteara. A vizinhança ajudou a cuidar da pequena que viveu, apesar da declaração do médico que não resistiria.
Preciso dizer que este meu amigo é morador de rua, dependente de álcool, que nessa tarde estava lúcido, pois fora comprar banana para uma idosa que lhe protegia e o acudia, quando as consequências do álcool o espreitavam. Ela sempre o via, quando chegava alcoolizado e deitava no banco da praça. Era uma mulher que vivia com seu marido e um filho, parecendo-me um fiel espelho de algumas virtudes de Maria, a cheia de graça, para distribuir aos desvalidos.
Estou pensando ser esta senhora, magrinha e idosa, a imagem viva da Santa Maria que o acudia nas horas mais difíceis. Eu a conheci e fiquei impressionado com seu jeito meigo e doce de falar. Deu-me a entender que já me conhecia pelas vezes que, sentado, conversava com meu velho amigo. Diante da moldura que enquadrei essa passagem da vida de meu amigo, algumas perguntas chegam à minha mente:
Quem o ensinara a ter amor a Santa Maria? Quais graças Deus concedera para que cada noite, rezasse e pedisse proteção da Mãe de Jesus, antes de deitar-se, debaixo das pontas dos telhados?
Enfim, minha fé se dobra e afirma que a Redenção foi tão copiosa que ninguém escapou do olhar amoroso de Maria, a Mãe do Perpétuo e Contínuo Socorro, tal como escrevera Santo Afonso.











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