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ROB PÉ QUENTE E ANA BOTAFOGO, DANÇANDO BALLET - MÃOS DADAS E A DIABETES NO ATLETA SAUDOSO

  • Foto do escritor: peixotonelson
    peixotonelson
  • 13 de nov.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 13 de nov.

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Foi a diabetes que tirou das arquibancadas um grade torcedor do Botafogo. Estava deitado com o restinho do pé direito, enrolado com um belo curativo, parecendo uma bola no pé esquerdo, e com o dedão do pé direito parecendo uma bolinha de gude. Nessas condições, rodeado de outros acamados, eu o encontrei para conversar sobre futebol, cujo time, desde sua infância e vizinhança, fora o Clube do Botafogo, que tem a alcunha de “Estrela Solitária” como único a brilhar e a bater no seu coração. A Estrela Solitária era ele mesmo também, que pretende voltar para o Rio de Janeiro, RJ.


Menino conversador e jogador de futebol de rua, obedecia à mãe e tem ainda muita saudade dela. Sobre o pai, foi logo dizendo que não assumiu a mãe quando ficou grávida dele, assim como tantos outros homens. Ele entendeu assim que não era uma estrela solitária, pois vivia com sua mãe e os irmãos.


Eu só conversava com o pai para pedir uns trocados, para completar a venda de doces que a minha avó fazia para eu vender. Minha vida foi um fogo constante nos pés como vendedor no sol e na chuva”. Bota fogo, nisso tudo!


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Venceu sua solidão como torcedor do Botafogo, nos tempos do Garrincha. Começou a ver e a entender o futebol como uma arte de dançar com a bola nos pés e fazer o gingado malabarista do drible. Parecia um ballet em gramado verde, concluindo com os gols ajudados por Jairzinho, Nilton Santos e Didi. Você sabia que alguns destes craques moravam no Bairro do Botafogo? Estes craques não tinham nascido quando o Botafogo, em 1909, venceu o Sport Clube Mangueira por 24 a 0, no Campeonato Carioca daquele ano. A história registra como a maior vitória do futebol brasileiro. Uma história gloriosa de anos passados e presentes.


O meu caro amigo Rob Pio, fora dos campos, estava deitado em sua cama, em recuperação. Foi por mim apelidado de “Botafogo Pé Quente”, em memória da Ana Botafogo. Você sabia que o dia do botafoguense é o dia 9 de agosto, em referência ao nascimento do Zagallo? Ele reclama que o futebol virou negócio e perdeu muito de sua arte.


Compara os craques botafoguenses com a Ana Botafogo, que tem a sua idade, 68 anos. Desde 1981, é a primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, já tendo se apresentado na Europa e em todas as Américas (Sul, Central e Norte). Tal como o Botafogo que jogou quase pelo mundo todo e é chamado também de “glorioso”.


O Rob Pio não sabia nada sobre a Revolta da Armada, um movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha do Brasil contra os dois primeiros governos republicanos do país, que estavam tomando feições de ditadura, entre os anos de 1891 a 1894. Tendo o Botafogo começado como Clube de Regatas, muito perto das dependências da Marinha, teve apoio, pois um dos líderes da revolta fora um marinheiro amotinado. Embora preso, continuou a acreditar no futebol e em um Brasil sem militares no comando, o que se ampliou com o novo nome de Botafogo Football Club, começando a ser chamado de glorioso, a partir de 1904.


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Desde aqueles primórdios, transformou-se em expressão viva da democracia nos estádios. Mas não podemos negar que os subalternos ao poder oligárquico iniciaram sua militância política como classe trabalhadora, apesar de sempre padecida pela burguesia e resistente às ditaduras, embora ainda ludibriada por alguns políticos que enganavam o povo. Mas o amigo sonha com o seu passado de amante de futebol, fala com desenvoltura do Bairro do Botafogo, onde, às margens do mar tem sua sede, cheia de histórias, vitórias e contradições. Contempla a Estrela Solitária como constelação de gente e de esportes na construção de um Brasil Solidário.


Numa pesquisa no google, tomo o texto a seguir como conclusão de saudação ao amigo Rob Pio Pé Quente:  


O Botafogo, "O Glorioso", é um clube que se define não apenas pelos seus feitos, mas pela sua essência: uma história de lutas, superação e um laço emocional profundo com sua torcida. A "gloriosa contradição" entre as dificuldades e as conquistas molda a identidade do clube, tornando-o uma instituição singular no futebol. Através da análise dos momentos históricos, dos ídolos e dos ciclos de renascimento, é possível compreender por que, para o torcedor botafoguense, a glória não se mede apenas em títulos, mas na própria jornada, na predestinação de uma "Estrela Solitária" que brilha mesmo nas noites mais escuras.”


Nelson Peixoto, Manaus, em 15 de novembro de 2025.

 
 
 

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