OS FRUTOS DAS PALMEIRAS CELEBRAM O NASCER DA NETA LÍVIA E DO MEU NOVO LIVRO,

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Diante de mim, no fim da madrugada, os primeiros raios de sol chegavam, dando um colorido do tom da argila ao cacho abundante de frutos. Um espetáculo de beleza rara em sua simplicidade que se punha a mim para admirar e celebrar uma nova viva.

Com o passar dos dias, a coloração lenta da minúscula frutificação foi aparecendo. Para quem acompanhou, desde a floração, parecia o fim de uma safra sempre nova do jardim de Deus, ofuscado por uma cidade que crescia rejeitando o verde, mas agora está retomando a mais original imagem, trazida na memória do coração ribeirinho, quando do tempo em que, contemplando o rio ou o lago, escutávamos e contávamos histórias para as crianças, no colo de seus pais.

Na verdade, hoje, não sobram espaços para quintais na cidade, onde as árvores frutíferas são raras. Escasseia-se a obediência aos códigos urbanos, a ponto das ruas ficarem sem espaço para pedestres andarem de mãos dadas com seus filhos. Mas cresce, lentamente, a cultura de voltar a plantar flores e árvores ornamentais, sinalizando uma brecha de reencontro com a floresta e com suas histórias.

O "Salmo das verdes pastagens" (Sl 23), agora são pomares reduzidos para os passarinhos da cidade ou para pombos predadores, sendo esses mais rasteiros para encontrar farelos de pão ou frutinhas derrubadas.

Dito isso, escrevamos acerca dos pássaros livres das matas conservadas em sua biodiversidade e dos frutos nativos das mil espécies de palmeiras. Tucumã, açaí, buriti, pupunha e dendê, em suas variações diversas. Riquezas nutricionais descobertas que geraram modas de consumo comestível. Afinal, onde reencontrar as lendas e os mitos que povoavam a imaginação dos idosos e das crianças?

A palmeira de dendê já foi projeto amazonense de produção de biodiesel, mas não avançou, no município de Tefé, a uns 516 km de Manaus. Triste, assim acabou esse sonho de sustentabilidade energética para a exploração do gás entre Coari e Tefé, no Amazonas. Com o dendê, soube-se que o impacto ambiental seria insignificante, mas até curativo com uso prioritário das terras degradadas. Para explorar o gás, não me atrevo a discorrer por aqui acerca do impacto ambiental e social.

Mas, não é bem isso que quero focar, isoladamente, porque não se esgota puramente no progresso econômico o que a vida precisa para ser sustentável e a Justiça construir a PAZ entre iguais, na família e na sociedade, tendo com prioridade a atenção das crianças.

Meu desejo de ver AMAZÔNIA preservada move-me a ser poeta esperançoso e ativista entre as crianças que têm o direito de brincar, debaixo das árvores, ouvir o canto dos pássaros, colher mangas do pé e sorvê-las como se fossem mamadeiras. Elas têm o direito de ouvir a canção do vento, tirando acordes nas folhagens das palmeiras e ouvir a "fala" dos animais. Tudo isso desejo para a minha neta Lívia que nasceu no dia de Nossa Senhora das Graças e para todas as crianças.

Celebrando o nascimento da minha neta nesta semana, a quem dediquei meu livro "Infantes e Sábios no Coração da Família", acelera-me o coração de vovô e lembro que o subtítulo é este: "Vovô e Vovó Me Contaram".

O enredo das histórias infantis tem o frescor das florestas, o calor dos mormaços e das sombras refrescantes. Tem, também, até onde pode chegar a criatividade de educadores, assim como a imaginação de quem sabe fechar a TV e dá descanso para o celular.

Meu novo o livro despertará a curiosidade para prosseguir a preservação das matas verdes, dos bichos falantes que vivem sua "humanidade" e nos ensinam a abraçar em família e cultivar a amizade social.