OS DEDOS ENTRELAÇADOS VENCERÃO O PUNHO CERRADO
- peixotonelson
- 26 de fev. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 27 de fev. de 2022
Elogio à Esperança no calor do conflito! Muito triste com a guerra RÚSSIA X UCRÂNIA.

Não faltam motivos para o duelo de insultos acontecer, recrudescer e radicalizar posições, negando um acordo de convivência amiga e fraterna com as diferenças. A coexistência não seria possível se as mãos não tremessem insistindo para um leve toque entre os dedos.
Mas, aqui não escrevo sobre a barbárie da guerra declarada e das armas sofisticadas de destruição!
Para gerar aproximação pacífica, precisamos, pelo menos, que um lado coloque a faca da boca para cessar as ofensas e desocupar as mãos. Se até o silêncio ofender e os punhos do adversário na questão se fecharem, é preciso não desistir da aproximação. O diagnóstico acerca dos comportamentos dos debatedores, durante a discussão, aparece como julgamentos e provoca mais conflitos, acusações e radicalizações.
Já se passaram os tempos das grandes discussões no futebol, entre times das grandes torcidas que, por algum motivo inconsciente, escureciam fatos objetivos, cada lado montando seus "sofismas" , para provar com a "razão" da imposição pela força.
Lembram dos torcedores ingleses que começaram a usar da violência entre as torcidas dos grandes times? A era do "hooliganismo" inglês no esporte migrou para as discussões políticas. A violência se instalou nos ambientes de trabalho e agudizou-se nos grupos de WhatsApp com foco na política, e tende a crescer entre familiares e comunitários, por questões de fé, envolvendo Jesus e seu Evangelho.
Triste é aplicar o "hooliganismo verbal" nas questões de entendimento das práticas "religiosas",, integrando-as, tanto as devocionais, quanto as obras de Jesus, segundo ele mesmo anunciou na sinagoga para espanto dos doutores da lei.
"Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para pregar o Evangelho aos pobres. Ele me enviou para proclamar a libertação dos aprisionados e a recuperação da vista aos cegos; para restituir a liberdade aos oprimidos.." (Lucas 14,18) Acontece, que para muitos cristãos , pode existir uma tensão entre "ser religioso" e "ser seguidor" de Jesus. A harmonia ou a unidade que almejamos entre essa dupla identidade, não ocorre sem dificuldade material e psicológica. Sobretudo, quando destoam da intenção do projeto do Reino de Deus, como o coração de sua mensagem para libertar os pobres de suas misérias, os famintos, doentes e cativos, do poder religioso e político do seu tempo.
Não nos restam dúvidas de que Jesus levantou suspeitas sobre os desvios que a religião pode enveredar, criando dificuldade para segui-Lo. Jesus se indignou energicamente contra os comportamentos de raiz religiosa: legalismo, hipocrisia, rigorismo e de culto vazio de amor compassivo. Vemos que foi o REINO DE DEUS a paixão que animou toda a vida de Jesus até a sua morte de Cruz.
O "religioso" ,obediente aos detalhes das leis , desconfia do sopro do Espírito de Jesus Ressuscitado na Igreja e no mundo. Religioso, assim, tende a apegar-se à letra estéril e ao que na tradição consolidou como prática religiosa para ser temente a Deus, esquecendo-se do coração compassivo da vida de Jesus.

Acontece que os costumes da religião são tão arraigados no inconsciente católico, que o temor da infidelidade vira juízo e condenação daqueles que recuperam a novidade da Boa Nova que é bem anterior e para que serve a Igreja. Desconfiem daqueles que confessam ser religiosos antes de serem seguidores de Jesus e missionários do Reino em sua vivência samaritana.
Reconciliemo-nos assim, dando-nos as mãos: A Religião Católica, melhor professando como Igreja, e tudo o que nela existe de sacramento de Jesus, faz sentido de existir, se for para exatamente construir o Reino e tornar o mundo como Deus o quer e nunca vai desistir através de nós, pedras vivas, como escreve São Pedro;
"Tu és Pedro, e sobre esta pedra eu irei construir minha Igreja, e as portas do inferno não irão derrotá-la (Mt 16,18)











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