O SONHO ACONTECEU! QUEM NÃO VIU, PERDEU. QUEM REZOU, AMOU.

A terça-feira da Misericórdia no Santuário Santíssimo de Maria, no Manaus Plaza Shopping, foi surpreendente. Quer saber? Vamos lá! Conto com muita emoção, voltando-me ao tema dos IDOSOS.

Havia o "anjo" Jô e a "profetiza" Dô. Então, vamos escrever sobre a Dorinha, trazida por uma amiga minha de infância, que chamo de Conce. Dô é a nossa protagonista, com seus 80 anos, mulher de oração e servidora da mobilização de idosos do Jardim Primavera, que podia ser "Roçado no Outono". Não havia folhas secas, nem flor de capim queimado pelos anos.

Pelo que ouvi e relato aqui, trata-se da Associação do Sonho Dourado. Composição de idosos, livres de amarras institucionais, que há 26 anos existe, resiste e insiste na valorização da velhice. E aconteceu. É um testemunho vivo em um livro, intitulado "Um Sonho Real de um Sonhador" que Dorinha escreveu.

Ali, rezando o Terço da Misericórdia, ao meu lado, depois de muita troca de informações, a escritora Maria das Dores Carneiro Cruz se revelou. Até brinquei com o nome e sobrenomes dela, decifrando a mística que traz no quarteto de palavras que o compõe, por inteiro, desde o Batismo.

"Maria" é parte do título e da presença da Mãe de Jesus que rezava conosco. "Das Dores" podia ser das Flores encontradas no jardim da Ressurreição. Dorzinha e Dorinha rimam como o dueto da Morte e da Vida a caminho do abraço de Deus no finalizar os anos da existência. "Carneiro", mas prefiro Cordeiro, porque tira o "pecado do mundo" e traz a esperança da realização de todos os sonhos. "Cruz", último nome que nem precisamos enfatizar, sabemos ter sido o resultado final de Jesus por amar o mundo dos pobres, sofredores e excluídos, sem deixar ninguém de fora da humanização da vida.

Nossa Dorinha é escritora do sonho da realização da Associação. Contou a história, escreveu com emoção, honrou a participação dos pioneiros, foi sócia-fundadora, pois me contou apenas uma pontinha dos feitos, exultando de alegria serena.

A sede da Associação é o coração falante e pulsante dos associados. Desde a compra de terreno e da construção da Casa, contou com o entusiasmo das gerações que se sucederam para durar para sempre. Quem completa 50 anos, basta querer e começar a treinar para entrar no espírito, na generosidade e na sabedoria do envelhecimento.

Confesso uma surpresa que tive ao saber que a Dorinha era a mãe da amiga Lorena Pimenta, professora, que o coração parou de bater em 2021. Ela integrava o corpo docente da Educação do Ensino Fundamental I, que funcionava nas edificações da Aldeia SOS de Manaus. Da Lorena, eu ia lembrando ao escutar sua mãe, que me parecia estar vendo linhas e sentimentos do tempo em sintonia, entre mãe e filha, unidas e transparentes das competências habitadas em ambas.

Terminado o Terço da Divina Misericórdia, a Dorinha precisava sair para buscar o neto na Escola. Testemunhei um envelhecimento saudável, com as dores que traz no nome, mas com a certeza das práticas curativas e consoladoras, quando a fraternidade habita no Outono da Vida, dentro da Associação Sonho Dourado.