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O RIO DE DIAMANTES E O BRILHO DE DEUS NAS NOSSAS HISTÓRIAS.

  • Foto do escritor: peixotonelson
    peixotonelson
  • 3 de fev. de 2024
  • 3 min de leitura

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Passaram-se 54 anos. Estava no Rio Tibagi, PR, às margens de águas garimpadas, brilhantes e de fundo com cascalheiras remexidas. Nele, muitas pedrinhas brilhantes de diamantes se encontraram. Lages de pedra, onde deitávamos em oração, debaixo do sol, ao som da correnteza. Era uma benção para quem vivia longe da floresta amazônica como eu e do pantana, como meus amigos da turma de 1970.


Nesse cenário eu procurava ouvir a Deus porque estava em conturbada inquietação, em discernimento para responder se seguiria no percurso vocacional com os primeiros votos religiosos a me comprometer no seguimento de Jesus como padre. Rezava muito numa busca da melhor intenção, identificando os motivos verdadeiros para continuar ou deixar aquele roteiro que me parecia bonito e até cômodo. Precisava descobrir o porquê das dúvidas que emergiam dentro de mim e me atormentava. Desconfiado e medroso, beirava-me o pânico. Mas, tinha confiança na graça de Deus e na fé de que Ele me amava muito.


Naquele embate quase que desesperador, comecei a sentir a chegada de uma força de paz me aquietando, lentamente. Com coragem, entendi como vontade de Deus prosseguir na minha vocação. Seria por amor ao Senhor que me encontrava em mil experiências, naquele ano de noviciado, na cidade de Tibagi, confirmando que o amor do Pai era eterno e queria me dar sua benção de paz para servi-Lo sempre de qualquer jeito.


Esta experiência de Deus foi a acumulação das graças que me favoreciam com o desejo que tinha, mas o que me fazia oscilar era questionar-me qual seria mesmo a vontade de Deus como projeto para a vida toda. Ao longo dos anos, passei a crer assim, como linguagem do Espírito. Eu, como vaso de barro que sou para viver e reviver, em momentos de crise e de mudanças.


Sofri temporadas desta confusão que me atormentava e, depois, aquietava-me para me permitir correr outros anos com leveza e liberdade, engajado no amor intrépido, responsável e aventureiro. Um dia desses, lendo S. João Batista, apontando o Cordeiro de Deus para Jesus, que ia passando, e dialogando com dois que se tornaram discípulos, veio-me esta experiência de Deus que marcou minha história de fé.


"Morar" com Jesus, estar com Ele, aceitar seu amor, agir por amor e juntar-se com o Pai, junto dos irmãos, mesmo nas corredeiras dos outros rios e nas novas decisões que tomaria no futuro.Tudo agora faz-me, outra vez, sentar às portas da soleira da casa onde Jesus mora, mas convidando-me a entrar e aprofundar minha fé em sua pessoa num novo projeto de vida que inciei, em dezembro de 1991, quando casei-me. Afirmo que eu quero responder e viver n'Ele! Passar o resto dos meus dias com Ele morando junto de minha família e revelando-O para além dela.


Ao recordar 53 anos de minha primeira profissão, em 02 de fevereiro 1971, celebro o Dia de Nossa Senhora das Luzes, como "um fogo que arde no peito", ainda acreditando em projetos de benquerer e de benviver, prosseguindo na gratuidade do amor de Jesus para a humanização daqueles que encontrar.


Com todo este motivo acima, abro o mês de fevereiro de 2024 e faço uma homenagem ao aniversário de minha filha Silvia Luiza, cujo nome tem densa experiência na minha existência, que seguiu por anos, até hoje, cedidos por Deus Pai, para eu ser avô. Decifro o nome dela desde o dia em que nasceu. Floresta luminosa, cheia de vida (LUZ / SELVA / FLORAÇÃO / RESISTÊNCIA), tal como fora o enredo da festa de seu primeiro ano vida. Sobre o verde da floresta, o meu olhar estava no horizonte da história, adiantando 30 anos e resistindo ao fogo, tanto eu, quanto a floresta.


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Flor seca do sertão / parece sem vida /

entregue ao chão / vítima assinalaa pela morte.


Porém, na ponta do toco estorricado,

desabrocha um sorriso / ecarnado /

desarmado/

proclamando a resisteincia da vida /

que é mais forte.

(Paulo Suess, "Do Grito a Canção" - Poemas de Resistência, São Paulo, Edições Paulinas, 1983


A correnteza do tempo passou como as ondas do rio da vida, até que o coração da minha filha Silvia Luiza aportou no homem que escolheu para ser seu companheiro e construir sua família, da qual nasceu um amorzinho de criança, chamada Lívia, no dia dedicado à Mãe de Jesus, com o título de Senhora das Graças, de tão maravilhosa no Amor ao seu Deus.


 
 
 

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