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O DIA QUE O SOL CHOROU SANGUE E O TEMPO DA PAZ ATRASOU.

  • Foto do escritor: peixotonelson
    peixotonelson
  • 30 de jul. de 2022
  • 3 min de leitura

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CHEGAVA AGOSTO DE ANOS DISTANTES.... Com meus 15 anos, aconteceu minha primeira percepção, entre o clima quente e a floresta que nos rodeava de verde, de pássaros, borboletas e sapos cantadores, no início da noite.


Registro aqui o dia da floresta derrubada e incendiada, parecendo o fim do mundo no meu imaginário juvenil. Foi uma tarde de sangue no céu, com tanta fumaça, e no chão, o arder das chamas estalando e dançando ao vento. O fogo avançando e a chamuscar a mata que restava ainda em pé.

Aconteceu que a floresta, ao lado direito, de quem vem na Belém - Brasília (BR 010), entrando no Seminário, que situava-se no município de Benevides (35 Km de Belém, foi vendida e destinada para a pecuária. Era um tempo em que, a floresta não cabia no conceito e na prática do desenvolvimento do país. A certeza, mesmo ilusória, era que o pasto para gado daria mais lucro do que a floresta em pé.


Para nós, jovens aventureiros com vontade de sermos missionários e padres, cheios de experiências nos encantos da floresta, onde brincávamos de aventuras, indo até o Rio Benfica PA, as matas eram um misto de mistério e surpresas. Nem comento da vivência interiorana do Amazonas de nossas origens.

Lembro que, durante jogos de futebol, passeios e movimentos do nosso terreno, tínhamos observado a derrubada das árvores, ao lado. Inclusive, essa prática tínhamos conhecimento quando desmatamos para fazer nosso campo de futebol. A diferença estava na extensão da área que víamos progressivamente sendo cortada. O verde derrubado tornou-se marrom, por ficar secando ao sol daquele verão.

Na tarde fatídica da grande queima, estávamos todos na sala de estudo. Ouvíamos o "grito" estridente do fogo, avançando nas folhagens e galhos secos, penetrando na umidade do chão, tudo virando um inferno de fogo e fumaceira.



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Aqui começamos a questionar a forma de referir-se a Amazônia como "Inferno Verde" que encontramos na literatura de relatos de alguns missionários antigos. Na verdade, suspeita-se que houve apenas uma repetição em cópia de um termo usado nos Estados Unidos, que não fora dado por algum artigo editado pelos redentoristas, usado figurativamente, mas sem demônios e sem fogo. Seria melhor se tivessem escrito "Paraíso Verde". Afinal, os demônios estariam chegando pelo lado de fora do inferno, na politica do começo dos anos 60.


Na visão missionária, o conceito de Inferno Verde (Green Hell) parecia mais ser a Amazônia toda como o espaço vital de desafios para uma cultura diferente, mas que poderia tornar-se um paraíso de Direitos Humanos básicos, conjuntamente, tanto para os estrangeiros bem intencionados e para as populações já ali viviam..

Como Missão Redentorista, trabalhar na Evangelização, desde os primeiros anos, era levar Jesus e semear o Reino de Deus como obra Redentora, tal como olarias e serrarias para a melhoria das moradias, postos de saúde, escolas, igrejas e cooperativas.

Entretanto, naquela tarde fatídica que o "sol desapareceu", o inferno era vermelho e real. Acima do fogo, crescia a fumaceira que subia aos céus como incenso das vítimas que se extinguiram naquele grande altar. Tudo nos parecia extraordinário! O sol se escondendo e dando-nos a ideia do fim do mundo. Nossos olhos lacrimejavam. A lua não acordou e os meteoritos não riscaram o céu.

Uma noite chegou antes da hora. Naquele fim de tarde, a admiração com tristeza ocupou nossa mente e plantou as primeiras ideias para questionar que progresso estava chegando. Seria salvação ou perdição? Paraiso a perder-se ou Inferno chegando?

Para pensar essa questão, sem dogmatismo ou movidos pelas ideologias patrióticos atuais, precisamos entender e atualizar as cores de nossa bandeira nacional e os dizeres "Ordem e Progresso". O nome Brasil, que vem da madeira "paubrasilia echinata", tem semente com pontas de espinhos. Sementes falantes como se dissessem "não abrasem a mata com minha cor. Saiam de perto com essa intenção de incendiar-me".


Provavelmente, alguns de nós, lamentaremos a enroscada do modelo econômico em que o Brasil, Nação Verde Amarela entrou, nos últimos 60 anos. Também não seria confiável ter a bandeira cor de brasa. Mas com as as outras AZUL E BRANCA, completando-as e sinalizando uma pátria que fosse mais MÁTRIA: sem fome, sem preconceitos, sem concentração de renda superlativa e com cuidado permanente dos mais vulneráveis. O Branco da PAZ e o Azul do CEÚ, brilhando com os direitos de viver, cumprindo-se com maiors alcance o que reza a nossa Constituição Federal de 1988.

Fica a pergunta:

COMO NÓS PENSAMOS E PROJETAMOS NOSSA MISSÃO DE VIDA PARA TORNAR O MUNDO HABITÁVEL PARA TODOS OS SERES?

Ficamos com Jesus quando declarou e, nós, eleitores, concordando com Ele. "Vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância" João 10,10.


 
 
 

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