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O CAÇADOR INDÍGENA SOFRE NO FIM DA VIDA PELO QUE APRENDEU.

  • Foto do escritor: peixotonelson
    peixotonelson
  • 15 de jun. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 16 de jun. de 2024

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Tornou-se um predador e perseguidor de patos e cutias. Os seus cachorros farejavam, à distância, qualquer caça que trafegasse numa proximidade de 500 metros. E haja silêncio! Até parece que o cachorro e o caçador não pisavam nas folhas secas, com tanta delicadeza. Tinha-se a impressão de que o anjo protetor da floresta os conduzia, cada vez para mais longe. Não se preocupavam com os "anjos" da consciência, mas tinham medo dos espíritos das matas. O cachorro, entretanto, bom farejador, conduzia o caçador, até se aproximarem da caça para estrondarem os latidos e os tiros certeiros. Após algum tempo de perseguição veloz. alcançavam a presa para almejá-la com um tiro fatal.


O caçador, que tinha o nome de Hunte e o cachorro de Bigo, olhavam a caça, abatida parecendo triunfantes. O Hunte não nega que uma certa angústia invadia seu coração e esfriava a conquista. O Bigo sacudia o rabo em forma de negativa.


Assim me contava o caçador Hunte que no auge de suas aventuras,. repetia: "cada vez que eu caçava e voltava, com sucesso obtido, crescia em mim uma dor que não sei explicar". Perguntei o que significava aquele pesar e ele começou a falar de seu povo nativo e das palavras de uma líder de seu território. Lembrava-se, mais ou menos assim, com minha inferência. Talvez, eu esteja colocando minhas palavras e sentimentos na boca e no coração do caçador arrependido.


"Antes de sair para caçar, veja se sua necessidade é real e se tem como conservar a carne da vítima. Peça autorização dos espíritos da floresta, Dê carinho para o cachorro e mostre-se parceiro dele, dando-lhe água e repita o nome dele até parar de sacudir o rabo. Agradeça o que encontrar, sem desejar sua preferência, a não ser quando você quiser uma ave, pato do mato ou mutum, para fazer uma canja para os doentes da vizinhança".


Os tempos eram outros, a sensibilidade ecológica não tinha a profundidade de convencimento com a temos hoje. As pessoas pensavam numa mundo inesgotável e na natureza se refazendo sempre. Mas, por incrivel que nos pareça, antes do contato com a cdade e com sistema econômico predatório e acumulativo, as nações indígenas tinham a moderação de caçar para o sustento, apenas o necessário para seu grupo próximo e para o coletivo da grande família. Eram atentas para partilhar com os idosos e os doentes das proximidades.


Essas memórias de caçador, acima contsds, acontecceu por ocasião de uma visita na Comunidade Parque das Tribos, em Manaus. Ao me retirar do evento que ocorria, saí, de mansinho, indo na direção de uma casa, onde encontrei o Hunte, deitado na rede, quando me confidenciou sobre seu passado e de sua tristeza, lembrando de seu povo que nas matas do Rio Purus. Entretanto, sorriu de esperança acerca de um novo sonho que já estava acontecendo. Era uma verdade reconfortante, pois elogiava as mulheres da Comunidade que assumiam a liderança das conquistas e a educação, sobretudo, no trato com a natureza.


Contou-me como chegara na Comunidade do Parque das Tribos. Impressionei-me ao saber que apesar de ter vindo da nação mundurucanha de Nova Olinda, encontrou outros indígenas de várias nações que tinham chegado, nos últimos 30 anos e os que já tinham nascidos na cidade de Manaus.


Segundo o pesquisador Glademor Sales, em sua obra de mestrado e na Nova Cartografia Social do Amazonas, os primeiros ocupantes do Parque das Tribos, protagonizaram uma conquista árdua para ocupar a área e se organizaram numa identidade coletiva de povos originários, de estimável valor que facilitou o desenvolvimento e o alcance dos direitos na cidade.

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Minha pesquisa sobre essa Comunidade no site de Outras Mídias, levou-me a aprofundar a história da formação e o futuro promissor desta Comunidade. O que encontrei no site reforça e confirma o que me falou aquele caçador arrependido no fim de sua vida, confessando que muitas vezes foi caçar apenas para matar e vender aos regatões que passavam na boca do rio.


Sua consolação era apreciar a força feminina que surgia naquela comunidade e a educação que elas mesmas proporcionavam para as crianças.


Encontrei essa seginte manchete: "NOSSA SELEÇÃO DO MELHOR DA MÍDIA ALTERNATIVA", na Outras Mídias, com o teor descrito abaixo:



"Parque das Tribos: mulheres indígenas lideram resgate de suas identidades. Com 700 famílias de 35 etnias, o bairro indígena em Manaus é comandado pela cacica Lutana Kokama. Ao seu lado, outras mulheres atuam na educação, nas artes e na saúde para retomada de suas identidades em plena metrópole amazônica". (Islla Campos no AzMina)


Quem quiser conhecer a Comunidade das Tribos, por curiosidade cidadã, dar opoio e superar resquícios de preconceitos, sugiro a reportagem:



 
 
 

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