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MEMÓRIA DE 60 ANOS: VEJA BEM E FIQUE BEM - VIDA PARA CELEBRAR

  • Foto do escritor: peixotonelson
    peixotonelson
  • 12 de nov. de 2022
  • 4 min de leitura

Atualizado: 13 de nov. de 2022


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Por que são curiosos os nomes de lugares chamados BENEVIDES E BENFICA, para os fatos que passo a contar? Pode ressoar estranho para este blog e aos leitores, meus amigos e amigas , mas é tão familiar para nossa vida. Chegam ondas de recordações, com emoções, que o tempo não esgota para agradecer e partilhar. Vou contar o que aconteceu no começo da adolescência de alguns de meus amigos, há sessenta anos passados. Era uma turma de jovens seminaristas redentoristas que viajaram de barco da cidade de Coari, Amazonas, estacionando por uns dias em Manaus e partindo de avião para Belém. No ano de 1962, chegávamos para ocupar o novo Seminário, que se localizava em BENEVIDES, que faz vizinhança com BENFICA.

A partir do significado desses dois nomes, mesmo forçando decifrar tal como os ouvimos, vêm na memória poética os significados da vida do Seminário, desde o dia que cada um de nós "VEIO, VIU E FICOU" por lá. Era tanto BEM a marcar a vida de todos que não esquecemos. Hoje, em novembro de 2022, somos idosos e amigos para sempre, apesar das trilhas diferentes que cada um escolheu ao longo dos anos para consolidar a vida e ter família. BENEVIDES E BENFICA.

Naquele começo de Novembro de 1962, chegamos com 62 seminaristas para tomar posse do novo prédio, ainda em construção. Operários trabalhavam dia e noite, em 3 turnos, para concluir a obra. Escutávamos, noite a dentro, a melodia dos martelos, das betoneiras e das pás dos pedreiros.

Nos dormitórios, o sono chegava depois de um dia de trabalhos de jardinagem, tirando os restos de cimento, pedras e entulhos, ao redor do prédio, para colocar terra preta, plantar grama e cultivar flores. Era a fase da obra em que as equipes de pedreiros estavam colocando as cerâmicas amarelas e avermelhadas que revestiram, metade em metade, as paredes externas do prédio.


Assim, começamos nossos dias no seminário novo, onde "vindos" de longe, "víamos" extasiados de tanto "bem", protagonizados pela liderança do Pe. Francisco Hirsch. Sim, viemos e vimos tudo, para "ficar" bem acolhidos e amados, fraternalmente unidos como uma grande família.

A meta de tanto trabalho era preparar a inauguração que fora marcada para o dia 08 de dezembro de 1962. O dia chegou, tudo limpo e organizado, esperando os convidados. Celebração feita, com o coral comandado pelo Pe. Daniel Nugent. Festa bonita, presença feliz em dia bem movimentado.

Após a inauguração, começamos a derrubar parte da floresta que ficava logo após o fundo do prédio. O objetivo era fazer o primeiro campo de futebol. Recordo que com 11 anos ainda brincava como criança durante as grandes chuvas que enchiam as valas de água como pequenos igarapés. Outras aventuras foi descobrir e encontrar o Rio Benfica, que passava nos fundos do terreno, a uns cinco km distantes do prédio do Seminário. Rio que alterava o nível, subindo e descendo conforme a hora do dia. Esse rio foi durante muito tempo a aventura mais gostosa de andar no mato, matar cobra e pular sobre árvores caídas pelos caminhos. Foi nesse longo caminho até o rio que muitos de nós garimpamos pedras grandes e pequenas para a construção de uma gruta.

Para falar sobre a gruta, tenho um depoimento do colega Francisco Lobo, que se formou em engenharia civil, especialista em estruturas e professor da Universidade do Amazonas:

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"A imagem era de Nossa Senhora de Lourdes, em pé, ficava dentro da Gruta. A imagem da Santa Bernardete, de joelho e com um terço branco nas mãos, estava em um pedestal fora da gruta. Fui eu quem as colocou, fixou. Um luz focava Nossa Senhora iluminando o sorriso para cada um de nós, gravado no coração para sempre amá-la e reverenciá-la, depois de Jesus. Ambas imgens eram muito branquinhas, tão brancas como algodão ou como a neve da Sibéria. Pureza total no nosso olhar! Houve um pedido do Pe. Francisco para construir a gruta. Talvez alguém doou as imagens e assim a construímos".

"Lembro-me dos amigos que trabalharam comigo na construção da Gruta: Haroldo Jathay e Nonato Souza. Porém, outros amigos trabalharam transportando as pedras, não me recordo dos nomes (minha falha), mas está na hora de se fazer justiça".

"Muitos ficaram bem felizes, na hora das bênçãos da Gruta. Havia visitas no Seminário de padres americanos e canadenses que se extasiavam de tanta beleza! Certo dia, uns três deles me chamaram e fomos ver a Gruta. Um deles teceu o seguinte comentário: 'stou admirado da obra, pois vocês não obedeceram a granulometria, ou seja, vocês colocaram pedras grandes na parte mais baixa, no meio e na parte superior, por toda parte. Assim, do mesmo modo, fizeram com as pedras pequenas e médias. Ficou bom!'"


Fomos e saímos de Benevides para vida que nos esperava protagonizar. A gruta da pedras, garimpadas no caminho até o Rio Benfica, agora apenas imagens na memória e a fotografia. Nossa Senhora de Lourdes e a Santa Berdanete foram juntar pessoas amáveis em outros recantos da estrada Belém -´Brasília. Uma Escola Agro Industrial ocupou o prédio e embasou nossos olhos quando, pela última vez, nos reunimos, em 2017.



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