"IDE E CURAI" DE JESUS E O MODELO TERAPÊUTICO DE ATENDIMENTO
- peixotonelson
- 7 de set. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 21 de jun. de 2024

Um sonho vem nessa fase da vida e começa a tomar formas na mente e no meu coração. Presença consoladora e entendimento das dores da alma dos que sofrem e que se encontram em situações de maior vulnerabilidade. Pobreza, idade avançada, abandono, invisibilidade dentro das famílias ou nas ruas.
A saúde do corpo e da alma, da mente e do coração estão intrincados pelo elo indivisível do ser humano integral, por mais que culturalmente o dividamos ao falar do bem-estar e da felicidade. Ocupamo-nos mais do mundo da doença do que do dom da SAÚDE tão querido por Deus e tão exercido por Jesus em sua existência terrena que nos convocou para prosseguirmos como continuadores e sanadores da quebra de integridade e da beleza da vida.
Cabe a nós, humanos amantes da preservação da vida, discutirmos criticamente o modelo de atendimento médico vigente, muitíssimas vezes, desintegrado e lucrativamente viável. Desse modo, a saúde vira mercadoria, deixando de ser direito de todos. Esse modelo precisa de práticas renovadoras que viabilizem o retorno das juras médicas do passado como consagração da ocupação profissional, entrega de amor em favor da vida de alguém que tem nome e história.

Ouvir o não dito das queixas na consulta é visto como perda de tempo. Nem o dito é acolhido com a ternura inteligente do olhar sem pressa para chamar o próximo paciente que virou cliente. Sabe-se que a empatia, palavra em seu sentido grego, (pathos=sofrimento) diz da cura apreendida, partilhada, solidariamente aliviada, por estar sanando os medos e angústias, como bem ensinou Jesus com sua prática afetiva, evocando o protagonismo da fé. "Tua fé te curou". Jesus, a seu modo complementar aos médicos, não prescrevia remédios, apenas mostrava que o Pai é amigo da vida e quer a felicidade de cada um, sem deixar ninguém de fora nem abandonado na sua dor para viver e morrer sozinho.
A cura do surdo mudo nos diz algo que supera o aceno do milagre. É sinal de inteiras faculdades, ter voz e falar, anunciar a beleza da vida, ouvir e deixar as mensagens chegar ao coração, ter confiança no sentido da dor e da cruz. Entretanto, quando o sofrimento for impossível de ser domado por quem socorre, crê-se no sentido da entrega da vida do paciente a Deus para o sucesso da Ressurreição.

O sofrimento que chega a nós pela luta contra a dor, a exclusão e o abandono torna-se bendito e abençoado para sempre.
Nesses dias, vem-me a prece pelos médicos, enfermeiros e operadores do serviço de saúde. A pandemia mostrou-nos que a paciência não decepciona e renasce a cada dia para sarar o mundo ferido. Setembro chegou e o médico por quem tenho mais afeição terá um novo rim transplantado e voltará a exercer seu ministério da saúde com maior fervor, gratidão e integral atenção à cura, tal como o conheci e testemunhei por tantos anos.
Estou à espera do Dr. Miguel Ângelo Peixoto de Lima para aliar-me com ele, que já se dedicou aos idosos da Fundação Dr. Thomas nos anos 90. Com ele, pretendo incrementar uma Pastoral da Saúde em áreas pobres de Manaus. Um sonho que será resposta de agradecimento, conforme a frase do Evangelho que nos inspira “De graça recebestes, de graça deveis dar!" (Mt 10,8).
Nossa parceria contará com outros voluntários que se sentirem chamados a empreender juntos na direção humanitária e humildemente evangélica. Saúde integral, consolação, compaixão, perdão e continuidade da força curativa e irradiante de Jesus, eliminando as dores da alma e oferecendo a plena reconciliação consigo mesmo, com Ele e com o seu Pai.
Jesus ultrapassa a saúde biológica e vai "curando desde a raiz das doenças e despertando o doente para um novo modo de vida e existência", aponta-nos o teólogo espanhol José Antônio Pagola.
Acolhamos o que Jesus respondeu aos duvidosos e acomodados. Assegurou-nos que o Reino de Deus no meio do povo era Ele mesmo, fazendo o bem e curando a todos.
"Digam que os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e os pobres recebem a mim, como Evangelho (Mt. 11,5).
Convite feito! Sigamos Jesus, aproximando-nos dos mais vulneráveis pela pobreza e pela doença. Amém!











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