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DA DESGRAÇA À GRAÇA - O RUEIRO E O ABRAÇO FRATERNO.

  • Foto do escritor: peixotonelson
    peixotonelson
  • 2 de jun. de 2023
  • 3 min de leitura

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Nós o conhecemos de debaixo das marquises, das andanças pelas ruas e vizinhanças do prédio da igreja. E de muito mais. Conhecemos o rueiro das circulações que faz dentro do templo e dos pedidos para comer. Anda com um lençol como faixa de diácono católico. Sempre careca e descalço. Um boné sujo que, na sua loucura, ou na minha, imaginamos ser as mãos de Deus Pai dando carinho e confirmando: "Tu és meu filho amado".


Dizem que ele ameaça quando pede das pessoas e vê nos olhos delas o preconceito, Pois, sofre essas dores como um açoite. Comentam que já matou dois e a polícia não segura, e que a sua "loucura" o faz inimputável.

Talvez, alguém já tenha dito que é inimputável, porque sobre ele pousou um olhar de misericórdia e compaixão: "Leva para casa!", dizem cinicamente os indiferentes às dores do mundo. E se fosse verdade que matou em algum momento desesperador? Sofreríamos com as famílias das vítimas, e com certeza precisaria de um lugar para ser contido nas fúrias. Desconfiamos não ser verdade, pois sempre pesa. sobre os dependentes de drogas e pobres das ruas, a criminalização.

O movimento franciscano originário traz-me a lembrança do "cachorro de Gúbio", numa das passagens de São Francisco por uma vila amedrontada por um cão bravo, perseguido e apedrejado pelos moradores, enxotado das frentes das casas, quando a fome o levava a ranger os dentes. Ali, não era cão, mas um irmão que chegou até o altar de uma igreja, durante a Missa, antes do rito da comunhão, indo até ao lado do presbítero, que estava rezando sobre as espécies do Pão e do Vinho. Nesse momento, o Corpo de Cristo encarnou-se no homem que chegava. Este apresentou a mão para ser apertada. Ainda mais, foi abraçado, tal como Jesus faria. O homem da rua retirou-se feliz, saindo da Igreja como mensageiro da boa notícia do Evangelho da Fraternidade.

Foi anunciar aos irmãos que o rejeitam que Jesus circula nas ruas e ri daqueles que só sabem vê-Lo nos templos das religiões.

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Cremos que Jesus morreu, mas que ressuscitou e Deus Pai fez que aparecesse vivo, sem limite, sem casa e sem templo.


Podemos dizer que Francisco, caminhava nas vielas de Assis, vendo Jesus nos "leprosos", amansando as feras e trazendo a Paz.


São Maximiliano Maria Kolbe de Auschwitz, fez seu no percurso solidário com os condenados judeus caminhando para crematório nazista.


Sabemos que os judeus foram vítimas do preconceito e considerados os culpados pela morte de Jesus. Mas, a história diz que foram os templários e palacianos religiosos que O mataram. Eram cegos para a verdade das bem-aventuranças, ditas por Jesus.


"Felizes os pobres, os famintos, os misericordiosos, os pacificadores, os limpos de coração e os perseguidos por causa de mim, porque deles é o reino de Deus".(Mt. 5)

Naquela missa, eu fui tentado a imaginar o paraíso na terra, a Nova Jerusalém do Alto que descia para a Terra, tal como S. João Evangelista escreveu, no livro do Apocalipse, para animar os seguidores oprimidos pelo imperialismo de Roma, bem nas origens do Movimento de Jesus que, depois virou cristianismo.


Lembro do rito de "fogo novo" na Celebração da Páscoa, que acesso fora da igreja, iluminou o rosto de todos que entravam na Igreja, cantando: "A Luz de Cristo" e assim caminhar nas ruas.


No final da Missa, a Boa Nova correrá na velocidade dos pés daqueles que anunciarão a Ressurreição e encontrarão Jesus nas ruas e marqeuises da cidade. (NP) ResponderEncaminhar


 
 
 

1 comentário


joserobertostaliano
04 de jun. de 2023

Nelson, os sinais de Deus, muitas das vezes, senão em todas, estão ao alcance do olhar e do sentir de cada um de nós. Nossos "pré - conceitos" é que são as barreiras.

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