CAIR DO CAVALO E TIRAR AS ESCAMAS DOS OLHOS.
- peixotonelson
- 5 de nov. de 2022
- 3 min de leitura

Passadas as eleições de 2022, o que dizer do país ainda dividido? Eu me omito. Porém, das Igrejas que se justificam no seguimento de Jesus, aventuro-me a pensar, com muita modéstia. Elas me parecem estar se distanciando da unidade tão querida por Jesus. Seria por causa de um certo fundamentalismo?
Não diria que haverá ruptura na Igreja Católica, mas sim unidade crescente na diversidade. Universalidade na qual São Paulo apostou sua vida, depois de uma experiência pessoal com Jesus, que o enviou para os pagãos, aos viciados nas formas religiosas de restrições, punições e de dogmatismo tradicional excludente e contestador do espírito originário e misericordioso de Jesus e de seus primeiros seguidores.
Paulo foi um tremendo negociador quando em conflitos até com alguns grupos que seguiam o movimento de Jesus. De uma educação rígida, legalista e moralista, foi para uma vivência interior libertária. Temos certeza que não foi fácil para ele mudar de mentalidade e enfrentar os opositores.. Mas Jesus imprimiu-lhe um outro modo de analisar e avaliar a ocorrência dos conflitos.
Nós, da Igreja Católica, de diversos carismas, culturas e teologias, precisamos aprender de S. Paulo a partir de seu testemunho e vivência. Aprendemos com ele, como nos converter do rigorismo tradicional, de afirmações cristalizadas e ir para uma leveza confiante do Espírito Santo, que, enviado por Jesus, está cumprindo, no decorrer do tempo, a construção do Reino. Caminhamos para uma nova ordem de Fraternidade, Economia e Justiça Universal?
Constatamos que muitos dizem, de forma pessimista, que a Igreja de Jesus Cristo e dos Apóstolos está sendo dividida. Por um lado, há uma aproximação ecumênica em favor da construção do Reino e da sustentabilidade da Terra e da vida plena, trazida por Jesus. De outro lado, existe uma rejeição na condução da Igreja com o ideário e a prática da Igreja pelo Papa Francisco.
De Saulo a Paulo, houve um salto de qualidade no ato de crer, de sentir e de olhar o mundo, removidas as escamas que impediam de ver a luz e decifrar o novo caminho. O Ressuscitado o conduziu para Damasco, a fim de que identificasse, em cada perseguido, rejeitado ou excluído, o próprio Jesus.
A luz forte o deixou cego para o seu passado opressor que comungava com o Sinédrio "sacerdotalizado", no qual guiava-se pela convicção obtusa que o dominava pela força da Torah levíticai. Foi preciso discernimento, junto a Ananias, para cair as escamas dos olhos e implantar as novas lentes da fidelidade, que o "restinho" de Israel permanecera fiel. Dali, abriu-se a universalidade dos povos.

Paulo, Apóstolo dos gentios, dos pobres, retirantes e desprezados, das mulheres e perdidos do império e do templo que aceitaram Jesus Ressuscitado e construíram as primeiras comunidades de seguidores. De perseguidor, cego de orgulho, obcecado pela lei, tornou-se um homem livre e apaixonado por Jesus, aquele que o derrubou do cavalo e descamou os olhos. Sua teologia nasceu do amor incondicional ao Cristo Ressuscitado que o chamou, tornando-se para ele a sua maior e única riqueza.
"Mas o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo.
Mais do que isso, considero tudo como esterco para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele, não tendo a minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a fé em Cristo...e ao poder da sua ressurreição e à participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte, para alcançar a ressurreição dentre os mortos". (Filipenses 3, 7-11)











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