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BORBOLETAS E ABELHAS SÃO OS AVÓS = 26 DE JULHO

  • Foto do escritor: peixotonelson
    peixotonelson
  • 22 de jul. de 2021
  • 3 min de leitura

A leveza e a doçura dançavam sobre plantas baixas na floresta. Eu estava vendo tudo ao som do vento barulhento a balançar as folhas. As folhas amarelas quase secas depreendiam-se e flutuavam até pousar no chão. As folhas verdes vibravam quando a lufada de vento batia nelas. Nada acontecia, a não ser a impressão de que estavam despedindo-se das folhas caídas e perdidas do galho, jogadas no chão do caminho. Idades que perderam as forças, amarguras que substituíram a doçura, pernas pesadas que perderam a leveza das borboletas. Refiro-me aos idosos e idosas que, na ausência de afetos, mesmo na família numerosa, sentem-se, a cada dia que passa, invisíveis em casa, muito pouco importantes, exatamente porque quase ninguém se importa com eles. Faltando cuidado, desviando o olhar e evitando os braços sobre os ombros, o coração entristece e a solidão fria os emudece.


Estamos a refletir o Dia dos Avós - 26 de Julho de 2021. Dia de uma profundidade humana e vinculante da família que corre o risco de se apagar. Resgatar a força ética do que esquecemos, voltar a contemplar as possibilidades educativas dos avós, aquecer o coração com o elo vital que tornou possível nossa existência no corpo e na alma. Esses são nossos avós maternos e paternos.

Celebra-se Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria de Nazaré, os avós de Jesus. Certamente, viveu e contou para a filha as canções de ninar que nunca esqueceu e, anos mais tarde, fez Jesus dormir. Maria aprendeu as primeiras lições de carinho, a esperar o cumprimento da promessa do Filho de Deus e seu, de quem também se tornou discípula fiel. Foi justamente essa relação tão amorosa de Sant'Ana para com a filha e o neto Jesus, que a piedade humanizou-se estabelecendo o Dia dos Avós, dedicado a recuperar o amor aos que nasceram há muito tempo antes de nossos pais.

Numa pesquisa sem muita rigidez e controle, as crianças responderam porque gostavam de seus avós e das pessoas mais velhas: "eles deixam fazer o que quero e não gritam comigo". E mais, diziam: "Contam histórias que me dão sono". Sim, o papel dos avós numa sociedade de consumo e descarte fica frágil e perde seu encanto para pais ocupados em ganhar mais dinheiro ou para conseguir sobreviver na pobreza. Difícil assim valorizar os avós, se formos guiados apenas pela posse das coisas ou pela utilidade material a que se prestam. Triste assim com a perda da memória afetiva da família, ocorrendo o desencanto abafador da feliz saudade do tempo de criança, que recebia incondicional carinho dos avós. E da parte dos avós, temos declarações do porquê adoram estar com os netos, cada vez mais difícil de acontecer em ambientes mais abastados, e até devido a mobilidade urbana, que limita acessos e visitas entre pais, filhos e netos. Disseram alguns avós: "Gosto de estar com eles porque me libertam da solidão ativando o que adormeceu na memória"; "Retorno ao tempo da minha dedicação aos pais deles". "Abastece meu coração que parece cansado de querer viver". Nesses escritos vem a lembrança dos poucos avós que conheci quando criança. Entretanto, destaco aqui as duas avós dos meus filhos. São Maria Luísa e Maria José. Uma no céu e outra na terra. Se uma foi luz brilhante, a outra é a estrela cintilante de afeição e de palavras amorosas, nunca poupadas para seus netos Nelson Victor e Sílvia Luiza.

À Vó Maria José, cujo nome duplo me leva aos pais de Jesus, dedico essa crônica e homenageio cada avô e avó nesse dia 26 de Julho. São também homenagem aos avós dos netos e netas na primeira infância, matriculados nos CMEIs. Nesses Centros de Educação, o dever de destacar os idosos torna-se o que de melhor se pode aprender do amor desinteressado e gratuito.

Há também, uma dedicação aos idosos da Fundação Dr. Thomas. Como poetizava Carlos Drummond de Andrade: "Eu te amo porque te amo... Amor é estado de graça E com amor não se paga Amor é dado de graça É semeado no vento Na cachoeira, no eclipse Amor foge a dicionários
E a regulamentos vários" (As Sem Razões do Amor)
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0 Amor intrafamiliar e intergeracional é apenas um reflexo do AMOR INFINITO de DEUS, que Jesus chamou de PAI. (NP - 26.07.21)



 
 
 

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