AMOR E ALEGRIA, PRESENTE E FUTURO DA VIDA REDENTORA.
- peixotonelson
- 29 de jul. de 2023
- 3 min de leitura

O lavador de carro sofreu uma torção em torno do pé que zelava e velava para locomover-se e ganhar seus trocados. Tornozelo cruel e feliz que serviu para juntar novos amigos. A experiência que conto aqui ocorreu em 22 de julho de 2023, dia conclusivo dos eventos jubilares dos 80 anos da Presença Redentora dos Missionários de Santo Afonso na Amazônia.
O zeloso amigo conseguia pagar o aluguel do quarto, que agora, sem poder andar, exigia que estendesse a mão para amparar outros que dormiam nas calçadas da redondeza. Dizíamos exagerando: "muitos ricos se juntam para medir suas contas bancárias, mas os pobres se unem para cuidar um do outro". Assim, os cinco amigos, três no quarto e dois em frente do boteco, molhavam o bico com pinga e conversavam, quando cheguei.
No dia anterior, um velho conhecido, de rosto alquebrado, apresentou-me um "cascateiro", de estilo "pidão", falando-me que estava dormindo em trio no quarto do lavador de carro. Conseguimos uma mangueira de fogão para garantir, pelo menos, ovos fritos com farinha.
Era o amanhecer do dia maior dos 80 anos da Missão Redentorista. Tínhamos nos apressado para dividir a sobra de um tambaqui assado como pretexto de aproximação.D e volta da estância, aproximadamente com 50 quartos, descemos e fomos para a rua, deixando o Saulo lavador recuperando-se e feliz com o almoço pronto.
Aqui começa a alegria presente dos novos amigos da nossa irmandade rueira e missioneira.
Quem falou, no dia anterior, do sonho de ser caseiro, de levar a mulher e deixar de beber, não estava presente, embora estivesse acolhido para dormir no quartinho alugado do Saulo. Meu falador e novo amigo me levou a conhecer os outros que estavam abaixo da estância. Confesso que foi a mão de Jesus que me levou a eles para conhecer e ouvir "histórias de pescador" e rir em companhia deles.
Havia o herói que enfrentou um pitbull e se livrou milagrosamente, quando entrou num quintal alheio. Tirou o boné e o colocou, como susto apavorante, na cara da fera que encheu a boca a grunir, enquanto pulava a cerca, a menos de um metro de distância.
Não deixei por menos e passei a contar da estratégia para me livrar da onça pintada, mas que, ao enfrentá-la, teria de saber como dar nó cego em linha de pescador. Contava que não precisa se assustar quando a onça aparecesse na frente e, de boca aberta, eriçasse o bigode e levantasse as patas (rs). Em movimento relâmpago, basta pegar as duas pontas do bigode do animal e dar um nó cego, que ela abaixa as mãos, enquanto o corajoso sobe no tucumãzeiro. E assim prosseguiu a sessão de "histórias de pescador", com risos que estreitavam os corações e prometiam boas e permanentes amizades, dali para frente. Assim espero, a partir deste sábado festivo do dia 22 de julho de 2023.

Aconteceu, entre outras histórias, uma experiência de aproximação com os pequenos do Reino de Jesus, sem grandes intenções ou programação.
Agora, concluídas as festividades das peregrinações da Cruz Missionária, recomeçamos a contagem do novo tempo da Graça Redentora!
Celebramos 80 com o sabor de 100 anos, agradecendo e superando a lógica do tempo que passa! A partir de agora, o desejo permanente de Jesus, através de nós, prosseguirá fortalecido, a exemplo dos Missionários pioneiros do percurso até aqui.
Com a nova roupagem de simplicidade e a couraça de coragem, como escreveu Paulo, o serviço da inclusão de todos os pobres e vulneráveis fará o rosto da Igreja na Amazônia identificar-se com Jesus peregrino, entre os pobres deste mundo.
Nossa gratidão colore nossos sentimentos e nos insere na história redentora de Jesus, em cada encontro alegre e acolhedor de nossas vidas. Continuamos a ver as multidões como Jesus e pedimos cada vez mais a proximidade com os pequenos do Reino! Festejamos e cantamos como parada e novo movimento rumo ao futuro!
(NP)











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