ALEGRIAS E TRISTEZAS EM TEMPO DE PÁSCOA E DO CIRCO NA CIDADE DE COARI, AM
- peixotonelson
- 18 de abr.
- 3 min de leitura


*(1) "Lembro da minha infância quando vários circos passavam uma temporada em Coari, Am. Do Circo Hollywood eu lembro bem, porque me impactou. Era montado naquela baixa da escola N.S.P. Socorro, atravessando a Rua Independência, indo até a praia, à margem do lago. Era tão bonito, iluminado, muita música e todos se conheciam naquela época. Toda a garotada se reunia para se alegrar e rir.
Depois, os circos ficaram onde hoje é a feira do município. Todos os anos era feita uma ponte da Rua 5 de setembro com a Rua 2 de dezembro quando as águas da cheia chegavam. Mais tarde, a feira foi instalada ali. A cidade mudou, mas eu achava que Coari nunca mudaria e sempre receberia circos que fariam as crianças e os adultos vibrarem de animação festeira. 🎪 😢. Hoje, sofro lembrando do último circo que foi por lá, mas as pessoas não prestigiaram como antigamente.
Desse último circo, lembro de uma situação que nem sei explicar por que despertou em mim um sentimento trazido no meu pensamento, mas repelido de imediato. Aconteceu que eu estava na janela olhando de longe a beleza do circo, como qualquer adolescente perdido em sonhos. De repente, trouxe-me à realidade a chegada de um carro (fusca azul) na frente de uma casa, próxima ao circo, quando dois 2 homens desceram do carro e uma mulher, em prantos, trazia no colo uma criança. Mas era longe para saber o que estava acontecendo. Eles atravessaram a rua e entraram na casa. Poucos minutos depois, chegou uma menina, aparentando ter uns 9 anos, com uma bandeja de prata pedindo flores para um anjinho que acabara de falecer 😢.

Naquela hora, confirmou-se meu sentimento e o pensamento que havia me trazido quando vi a mulher. Só soube naquele momento que eram os pais donos do circo, chegando do hospital com o anjinho no colo. Aquele anjinho ficou em Coari para sempre. Eu nunca soube se um dia alguém veio visitá-lo. Confesso que essa vivência de saudade e de dor pela morte do anjinho mexeu comigo em forma de compaixão à espera de ressurreição.
A alegria de circos que passavam pela cidade, o que pensava sobre eles se eternizou na memória e, ao mesmo tempo, misturavam alegria e tristeza, sorrisos e lágrimas, flores pedidas para enfeitar a morte. Tive medo e me intrigou sentir a sensação de que a criança estava morta, mesmo de uma certa distância que considerava longe.

Perguntava-me: Como eu imaginei que a criança estava morta, se não sabia nem que a criança estava doente? Apenas que voltavam do hospital. O pai dominava a emoção, mas a mãe só apertava a criança contra o peito e chorava.
Este fato misturou a alegria das palhaçadas com as tristezas do dono do circo e das crianças que souberam desta história que ficou perdida no tempo.
Eu, muitos anos mais tarde, recordei desse fato da minha experiência dos circos e da realidade de que, naquele tempo, muitas crianças não tiveram a oportunidade de viver e de apreciar um circo. Talvez esse anjinho fosse ressuscitar com Jesus com as alegrias de um circo e de um banquete na eternidade de Deus. "
*(1) Esta é a vivência de uma leitora do meu blog, Sra. Elenira Alfaia, depois que leu a publicação da história de um palhaço, no link abaixo:











Comentários