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JAVIC – GRUPO DE JOVENS DO JACSON – MEMÓRIAS NO DIA PRIMEIRO DE OUTUBRO 2024

UM GRUPO DE JOVENS DO TEMPO DO JACSON – - LEMBRANÇA QUE FALTAVA

JOVENS VIVENDO A AMANDO CRISTO = JAVIC


Nota: Os jovens do grupo chamado JAVIC, protestaram porque não viram sua história e a homenagem ao Jacson por ocasião da publicação do álbum de 1984, que os demais grupos de jovens fizeram, por ocasião do seu 36º Aniversário.

Bom dia, 👆🏻 Peixoto, o grupo de jovens "JAVIC", na liderança de "TEROCA' quando saímos em 1984 do "Geraldinato": LINO, MAURO, OSIRES, ERIVELTON, era o Grupo de Jovens da Catedral do Centro. Fazíamos muitas AÇÕES de Ajudas Humanitárias, pelo testemunho do Jacson e do Pe.Kevin. Foi ao meu ver a base de Muitas Vocações...e ficou de Fora, não acho justo😔😔”

Por conta disso, segue esse artigo baseado no Livro escrito por mim “A Casa Viva Memoria e a História de um Menino” (Goiânia, Editora Alta Performance, 2023)

A EXPERIÊNCIA FRATERNA E A DESCOBERTA DO CHAMADO À MISSÃO

UM PRÉ-SEMINÁRIO DIFERENTE COMO CANTEIRO DE CRAVOS E ROSAS


Vamos contar acerca do movimento de jovens, para iniciar, de forma autônoma, uma convivência de fraternidade apostólica e de descobertas vocacionais. Na mente e no coração, os quatro primeiros jovnes tinham apenas uma ideia e um desafio pela frente: o que mais precisariam para serem cristãos com possibilidade de serem missionários padres?


A “ocupação do Geraldinato”, que aqui escrevemos, era do prédio antigo do Seminário Menor Redentorista da VP de Manaus, que funcionou, entre suas paredes, até o ano de 1962, quando fora transferido para a zona rural do Município de Benevides, PA, na BR 010, às margens da estrada Belém-Brasília, naquele tempo, recentemente aberta. Era um prédio de dois andares, que anos mais tarde, passou a ser o Geraldinato, ou seja, Casa de Formação de candidatos à Vida Religiosa Redentorista (IRMÃOS LEIGOS), uma vocação e com carisma muito querido, embora pouco valorizado por não poucos, que não visavam ser padres.


Esse “casarão” como denomina o Erivelton, em seu relato, era antigo, meio tenebroso, mas que foi se tornando familiar e tentador para tornar-se um lugar que acabou, aos poucos, sendo um tipo casa de preparação para a entrada no Centro Vocacional Redentorista de Manaus. Com várias salas, algumas serviam para encontros semanais do grupo de Jovens (JAVIC) e que acabou sendo, também, o local de vivências e até de moradia para o pequeno grupo formado. Grupo de amigos a aprofundar a fé e o serviço voluntário na paróquia de Coari, entre os anos 1981 a 1983.   

 

Pois bem, prédio meio abandonado que o quarteto ocupou, tal como Jesus e seu grupo de apóstolos de primeira hora.  Raimundo Almeida (Kikel), Osires Guimarães e o Lino Pessoa e o Erivelton Queiroz (Veltinho), foram os pioneiros a utilizá-lo para atividades do grupo que ia se formando. O Kikel foi o primeiro que teve a ideia de usar o espaço para reunir o pequeno grupo. O Veltinho tinha se tornado amigo do Kikel, sendo este, o responsável pela sua aproximação da vida cristã, pelo caminho da oração e do serviço aos pobres da cidade. O Lino, quando soube que o Veltinho tinha sido convidado a integrar o grupo, achou estranho e até contestou: “Esse cara me dava cascudo quando eu era pequeno, não serve não”. O Kikel garantiu que ele tinha mudado e estava disposto à experiência de vida cristã, mais aprimorada. Logo depois, juntou-se ao grupo, o Mauro Rubens. Assim foi o início da experiência que foi ganhando crédito e recebendo, cada vez mais, apoio dos padres da Paróquia, particularmente dos Padres Kevin e Jacson, que se tornou o diretor espiritual.  


Entrar no casarão, não foi uma invasão e sim inspiração conjunta para uma iniciação fraterna de oração e serviço aos pobres. Chamemos de ocupação, mas com conhecimento do Pároco Pe. Jacson e com conhecimento e consentimento dos pais. Lá, os jovens se organizaram para prosseguir seus estudos no Colégio, cuidar do espaço, rezar, ter momentos de formação, inclusive com o Pe. Kevin que os apoiava, mas sem responsabilidade direta. O que mais esse padre amigo fazia, era andar pela cidade visitando doentes com eles e atendendo aos necessitados. Era um exemplo de uma Igreja fiel a Jesus e em saída. Essa prática pastoral foi um marco de solidariedade e de amor cristão.


O Mauro Rubens fez parte, logo depois do início, pois fora convidado pelo Lino, referendado pelo Jacson para a experiência. Afirmo que a vida do quinteto dava bons resultados. O Mauro conta que ele não sabia de nada de religião, mas quando foi visitar o JAVIC (Jovens Amando e Vivendo Cristo) foi motivado. Em seguida, passou a fazer parte do grupo pioneiro. Entregou-se de corpo e alma na construção das casas e buscou doações para os que passavam necessidades, devido à grande pobreza ou doenças. Aí, consolidou a adesão aos pioneiros. Estes tinham sua programação de orações noturnas e matinais, mas como cada um tinha sua família, não eram todas as noites que dormiam no casarão, onde numa sala ampla aconteciam as reuniões, nos finais de semana, do JAVIC.


O Jacson, de olho neles, observava o crescimento da fé e do apostolado dos jovens. Lentamente, as atividades do grupo foram se aprofundando na vida de oração, o conhecimento da Palavra de Jesus e a possibilidade de irem para a caminhada vocacional. Pe. Jacson, acreditando no potencial dos jovens, começou a frequentar e apoiar presencialmente. Tinha o compromisso de estar com os jovens no fim do dia para rezar, conversar, orientar e falar da vocação religiosa, como complemento da vida cristã para os que se sentissem chamados a serem padres. O grupo passou a ter uma vida sacramental de missa, santa comunhão e confissão, além de orações pessoais, retiros no Sítio Santo Afonso que faziam por conta própria, sem se esquecer das ações voltadas para os necessitados.


O Jacson acreditou que, daquele jeito de viver e dedicar-se, sem vigilância ou compromisso formal, seria o melhor pré-seminário para formar bons jovens leigos ou futuros padres. O critério básico para o Mauro ser convidado a ir para o seminário foi seu grande espírito de ajuda aos pobres, mais do que a sua piedade.


Se com alguns apóstolos o chamado de Jesus foi no trabalho de pesca, para o primeiro chamado do Mauro, foi num jogo de futebol do lado da igreja. Foi convidado, viu e gostou. O quinteto e seus agregados eventuais, naquele momento, o José Pessoa e o Hércules. O Paulo Oliveira, o Valter Freitas, Cidomar eram da Comunidade do Perpétuo Socorro, e foram se integrando, parcialmente, nos anos seguintes. O fato foi que o exemplo ficou, cresceu e fortaleceu-se num formato de gestão autônoma, muita ajuda aos necessitados, oração e estudo dos Evangelhos na Bíblia. Era um grupo que atraiu outros jovens e deu bons frutos com ações comunitárias. Amigos que sabiam se cuidar e zelar um pelo outro para ficar no caminho de Jesus.


Esses jovens pioneiros passaram a participar dos retiros de Carnaval e a exercer algumas lideranças, nesses momentos, frente aos jovens que se reuniam para este evento tão esperado do ano. Mais de 100 jovens se reuniam no retiro Santo Afonso, experimentando a alegria do Evangelho. O Osires se tornou o animador do canto com seu violão, o Erivelton ficou com o Lino, ajudantes na construção dos barracões para dormir e tomar as refeições. O Paulo Oliveira ficou conhecido como o jovem alegre que dramatizava as passagens bíblicas com muita competência. Lembro-me desses dias que, quando estava na cidade, participava com gosto, pois até jovens das comunidades da zona rural vinham, também, para o Retiro do Carnaval.


Quanto ao estilo de vida simples que levavam, bonita e muito estimuladora, nos conta o Erivelton: “Sentíamos o respeito da comunidade paroquial, que perguntava, porque não iam ser padres”. E foi o que aconteceu um ano depois, em 1984, quando ingressaram no Seminário, em Manaus, e assim, começar um novo capítulo na vida deles. Um a um seguiu para Manaus, onde num percurso acadêmico nos estudos e na espiritualidade redentorista foram modelando-se para a vida cristã e, se possível e desejado, para a vida de padre missionário.


Da experiência inaugural de pré-seminário, alguns avançaram para novas etapas a fim de serem redentoristas e padres, mas com o passar dos anos e com discernimento, tornaram-se bons cristãos, fizeram opção pelo casamento e vivem suas vidas como bons profissionais. O celibato, como carisma para servir mais livremente a comunidade, parecia muito pesado para eles. .Seguiram o conselho de São Paulo, em 1 Cor. 7,9.

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